Presente nos principais debates e fóruns mundiais acerca do futuro do planeta, a sustentabilidade não poderia ficar de fora da 32ª edição do Minas Trend, que aconteceu entre 22 e 24 de outubro, no BH Shopping. O tema é a tônica de diversas marcas que desfilaram e apresentaram coleções ao longo dos três dias de evento.
Inspirada nos principais conceitos de sustentabilidade, a marca de moda kids ‘Tribo da Preservação’ adota diversas medidas alinhadas às práticas ESG e, segundo a diretora criativa, Ana Maria Nolasco, tem pegada de carbono neutra por meio do apoio a projetos de preservação da flora e fauna na Amazônia e utiliza energia limpa na produção.
Além disso, a marca também só adquire tecidos de fornecedores certificados nas melhores práticas de sustentabilidade, que trabalham com algodão BCI (Better Cotton Initiative – grupo de governança multissetorial, sem fins lucrativos, que promove melhores padrões no cultivo e práticas de cultivo de algodão em 22 países) e não utilizam químicos danosos ao meio ambiente nos processos de tingimento.
“A marca tem preservação até no nome e nós conversamos com essa criança que já está aprendendo na escola o que é ‘zerar uma pegada de carbono’, fontes de energia limpa, como economizar água, preservar a natureza e respeitar o meio ambiente. Então, nossa conexão é com essas crianças que já estão entendendo o que é preservação e então criamos essa tribo que é a Tribo da Preservação”, destacou a diretora criativa..
“Nós sabemos que as crianças vão ser as guardiãs do nosso planeta. Então, além das práticas sustentáveis, nossa marca não é de fast fashion, tem modelagem ampla justamente para servir por mais tempo, as estampas são inspiradas na natureza e essa coleção – inverno 2025 – foi inspirada nos Parques Urbanos, que são os pulmões verdes das nossas cidades”, completou.
Já a marca de acessórios Simone Salles apostou em uma coleção que recicla o conceito e o design de coleções passadas intitulada “Best Salles”, em alusão ao relançamento de best-sellers da marca, além de utilizar peças estocadas de coleções antigas que não teriam outra finalidade, caso não fossem reaproveitadas.
“A gente tinha uma gama de modelos criados ao longo dos anos e decidimos recriar uma coleção baseada no que fez mais sucesso e também nas tendências atuais, em que as clientes buscam o atemporal, a versatilidade e a funcionalidade. Então, é uma reciclagem até mesmo do design”, destacou a fundadora da marca, Simone Salles.
A marca alagoana de acessórios e bolsas, Alana Tenório, tem uma atuação pautada em todos os conceitos ESG (Enviromental, Social e Governance). A marca utiliza como uma das principais matérias-primas do negócio a palha taboa, típica do mangue alagoense, e que é coletada e trabalhada exclusivamente por mulheres da região, valorizando a comunidade local e gerando emprego e renda para a região..
“Nós trabalhamos com a palha taboa e, desde a retirada do mangue até se transformar em um produto de moda maravilhoso, todo o processo é sustentável e realizado por mulheres. Todo o processo envolve entre 6 e 7 mulheres, desde que a palha é retirada do mangue, secada e trançada. Isso, a gente, além de movimentar a economia local, dá um sentido e um propósito, tanto para a marca quanto para essas mulheres que, muitas vezes não são vistas como pertencentes ao mundo da moda”, destacou a fundadora da marca, que também se chama Alana Tenório. Além disso, todos os processos da marca são artesanais.
Já a marca autoral Refeito também tem a sustentabilidade e a reciclagem como seus pilares e utiliza retalhos e recortes de jeans – que não seriam mais utilizados – para produzir peças novas, tais como saias, calças, bolsas e jaquetas. “Eu vejo que a moda mineira é sempre uma referência e, agora não é diferente, ao trazer o conceito da sustentabilidade, que é o futuro da moda”, destacou a estilista da Refeito, Bia Pereira.
O Minas Trend é uma realização da FIEMG, por iniciativa de sua Câmara da Indústria do Vestuário e Acessórios, e suas entidades SESI e SENAI, com patrocínio máster da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge, patrocínios da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC/Fecomércio e da Ventana Serra do Brasil e apoio máster do SEBRAE Minas e apoio do Centro Universitário UNA.
Atuação sustentável
Além das marcas participantes do Minas Trend, toda a organização do evento foi pensada a partir do conceito de reaproveitamento de materiais. A montagem de toda a estrutura da 32ª edição foi feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MG) e serão reutilizadas em outros eventos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG).
A entidade faz ainda um amplo trabalho para incentivar a adoção de práticas sustentáveis e alinhadas às melhores práticas ESG pelas indústrias mineiras e oferece diversas consultorias, soluções e mentorias nas áreas de meio ambiente, sustentabilidade, governança, e responsabilidade social para auxiliar as empresas nessa trajetória.
Também oferece gratuitamente pelo site da FIEMG um diagnóstico de maturidade em ESG, que busca avaliar o desempenho da empresa em relação à gestão ESG e seus pilares de meio ambiente, responsabilidade social e governança.
A Federação também lançou no início deste mês o Selo Indústria Responsável, que tem como objetivo avaliar e reconhecer as empresas com alto nível de maturidade em práticas ESG e que impactam positivamente o planeta. O selo será concedido com base em uma avaliação de maturidade das práticas ESG de cada indústria.
Thaís Mota
Imprensa FIEMG