No segundo dia da Imersão Indústria, os participantes acompanharam uma palestra relevante para o futuro da matriz energética brasileira. Com o tema “Biomassa e Hidrelétrica — Os Pilares para a Segurança Energética e Descarbonização”, o painel reuniu especialistas renomados do setor para uma conversa estratégica e esclarecedora sobre os caminhos da transição energética no Brasil.
O debate contou com as presenças de Mário Campos, presidente da SIAMIG Bioenergia Augusto Machado, presidente do Sindicato de Empresas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia do Estado de Minas Gerais (SINGTD) e Luiz Koblitz, diretor da Koblitz Energia.
Durante o encontro, Luiz Koblitz trouxe uma perspectiva técnica e empresarial sobre o potencial de expansão das fontes hidrelétricas e o uso eficiente da biomassa como ferramenta estratégica de descarbonização. Ele destacou a importância da inovação e da sustentabilidade como pilares de um futuro energético mais seguro e resiliente.
A palestra reforçou que a combinação entre biomassa e energia hidrelétrica é capaz de garantir segurança energética, redução de emissões de gases de efeito estufa e autossuficiência nacional. Os palestrantes também fizeram um forte chamado à ação: é essencial que o governo, a iniciativa privada e a sociedade atuem juntos na construção de uma matriz energética mais limpa, estável e acessível para todos.
O painel foi um dos momentos mais aguardados do evento e evidenciou o imenso potencial do Brasil na liderança da transição energética global. Hoje, o país é referência em energia renovável: em 2024, cerca de 50% da matriz energética brasileira e 88% da matriz elétrica eram consideradas limpas e sustentáveis. Porém, como explicou Koblitz, esse cenário se deve, em grande parte, ao clima favorável e à “dança das chuvas” proporcionada pela Cordilheira dos Andes, que desvia as massas de ar úmido para o território brasileiro.
“O Brasil tem um privilégio enorme em termos de chuvas. A Cordilheira dos Andes desvia essas chuvas para cá, que se reciclam de seis a oito vezes. É por isso que, por exemplo, de Cuiabá para baixo não é deserto, como acontece na Austrália, África ou no Atacama. Não temos tantos problemas com a mudança climática quanto outros países. Claro, precisaremos nos adaptar. Mas se plantarmos florestas para gerar energia, isso também vai ajudar a reduzir os impactos das mudanças climáticas. Em vez de plantar soja, por exemplo, podemos investir em florestas energéticas”, afirmou.
Ao final da palestra, Mário Campos reforçou a necessidade de valorizarmos nossas fontes de energia. “Devemos olhar para nossa fonte de energia como ela merece ser olhada, precificá-la como ela merece ser precificada”, disse, complementando que “Minas Gerais é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do Brasil, e isso precisa ser reconhecido.”
O Imersão Indústria é uma realização da FIEMG, SESI e SENAI, com patrocínio master da ArcelorMittal e da Vale, além do apoio do Sebrae MG. Conta ainda com patrocínio ouro de Herculano Mineração, Gerdau, Usiminas, SICOOB Central CrediMinas, SICOOB CrediFIEMG, Caixa Econômica Federal e Governo Federal. No patrocínio prata estão AngloGold Ashanti, Bemisa, CBMM, Copasa, J Mendes, Grupo Avante, Kinross e RHI Magnesita. O evento também tem apoio da Federaminas, do Centro Universitário UNA, da Rede Minas e da Rádio Inconfidência.
Por Jorge Alves, estudante de Jornalismo da Una