A reunião do Conselho da Micro e Pequena Indústria da FIEMG, realizada no dia 15 de abril, destacou temas estratégicos para o fortalecimento das empresas de menor porte em Minas Gerais. Conduzido por Alexandre Mol, presidente do Conselho, o encontro, que aconteceu na sede da Federação, reuniu empresários e especialistas em torno de pautas voltadas à inovação, inteligência de mercado, educação empreendedora e qualificação profissional.
Um dos destaques da agenda foi a apresentação do protótipo de um informativo econômico desenvolvido para micro e pequenas indústrias. A proposta, conduzida por Juliana Gagliardi, analista de Estudos Econômicos da FIEMG, busca oferecer dados setoriais e informações de mercado para subsidiar decisões mais estratégicas e assertivas por parte dos empresários.
A programação contou ainda com três palestras. Representando o Sebrae, Rafael Tunes apresentou a plataforma Sebrae Play, uma solução digital com cursos online voltados para empreendedores e gestores. A plataforma organiza seus conteúdos por áreas temáticas como empreendedorismo, marketing digital, finanças, inovação e tecnologia, liderança, ESG, MEI, franquias e legislação tributária. Também oferece coleções temáticas e trilhas por setor econômico, como comércio, agronegócio, serviços e indústria, com acesso gratuito mediante cadastro.
Na sequência, Karinne Mendes e Fabiana Ribeiro de Pinho, da Escola do Sebrae, apresentaram o Programa Experimenta Sebrae – Edição Indústria, que leva vivências empreendedoras a escolas públicas e privadas. A iniciativa busca despertar o espírito empreendedor em jovens desde o ambiente escolar. “Nosso propósito é semear a cultura empreendedora desde cedo, criando novas perspectivas de futuro para os jovens”, destacou Fabiana. O programa pode ser conhecido através do site escoladosebrae.com.br.
Encerrando o encontro, Wilma Dalcol, da ManpowerGroup, trouxe um panorama global e nacional sobre a escassez de talentos, alertando para a crescente dificuldade das empresas em encontrar profissionais qualificados. De acordo com uma pesquisa recente com mais de 40 mil empregadores em 42 países, 74% relatam dificuldades para preencher vagas — o dobro do registrado em 2014. No Brasil, o índice é ainda mais elevado: 81%.
A escassez atinge especialmente empresas de médio porte (entre 250 e 999 funcionários), mas até grandes companhias (com mais de 5 mil colaboradores) relatam dificuldades (83% no Brasil). “O cenário é crítico também por setor: no país, os segmentos de transporte e logística (91%), finanças e imóveis (86%) e energia (85%) são os mais impactados. As habilidades mais escassas no Brasil são TI e dados (39%), atendimento ao cliente (29%), vendas e marketing (21%), logística (20%) e suporte administrativo (19%)”, explicou.
Esses dados reforçam a necessidade de ações coordenadas para qualificação profissional, retenção de talentos e maior alinhamento entre o mercado e o sistema educacional. “Precisamos atuar em diversas frentes para superar esse desafio, e isso inclui investir em educação desde cedo”, pontuou Wilma.
Denise Lucas
Imprensa FIEMG