A elevação da taxa Selic em 0,50 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central – de 14,25% para 14,75% ao ano -, restringirá investimentos, a competitividade, e elevará os custos de produção. O alerta é da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que, embora reconheça a importância do controle da inflação para a estabilidade econômica, avalia que o atual cenário pode agravar a desaceleração da economia brasileira.
Segundo a FIEMG, a intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e outros países têm reduzido as projeções de crescimento global, provocando efeitos deflacionários sobre o Brasil, especialmente com a queda nos preços das commodities. “Esse contexto contribui para aprofundar a desaceleração da atividade econômica doméstica já em curso, e a adoção dessa medida tende a intensificar ainda mais o enfraquecimento da economia, com impactos negativos sobre a geração de empregos e a renda das famílias”, afirma Flávio Roscoe, presidente da entidade.
A decisão do Copom levou a taxa básica de juros ao maior nível em quase 20 anos. Roscoe defende a condução de uma política monetária mais equilibrada, que alie o controle da inflação ao estímulo ao crescimento econômico e à competitividade da indústria nacional. “Em momentos de elevada incerteza, torna-se ainda mais necessária que a política monetária seja conduzida com cautela, considerando os efeitos defasados das medidas já adotadas e o atual nível significativamente contracionista da taxa de juros, para evitar impactos desproporcionais sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho”, ressalta.
Imprensa FIEMG