A Câmara da Indústria de Alimentos e Bebidas da FIEMG se reuniu nesta quinta-feira (18), na sede da Federação, em Belo Horizonte, para discutir os impactos do novo tarifário imposto pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras e as consequências diretas para a economia de Minas Gerais.
O presidente da Câmara, Vinícius Dantas, abriu a reunião destacando a preocupação do setor diante do cenário. “O setor tem sentido bastante o impacto desse tarifário e precisamos analisar como isso pode atingir alimentos e bebidas. Quando outros segmentos sofrem, nosso cliente perde poder de compra e isso reflete diretamente em nós, podendo gerar desemprego no setor industrial”, afirmou Dantas.
A analista de Estudos Econômicos da FIEMG, Juliana Gagliardi, apresentou uma análise detalhada sobre as tarifas e os possíveis efeitos de curto e longo prazo. Segundo ela, Minas Gerais foi proporcionalmente mais impactada que a média nacional: cerca de 63% da pauta exportadora mineira segue sendo taxada, incluindo produtos estratégicos como café em grão, carnes, aço e transformadores elétricos. “Essa medida representa perda de competitividade para o estado e pode gerar efeitos em cadeia sobre outros setores da economia”, explicou Gagliardi.
Juliana ressaltou ainda que, embora parte da pauta exportadora brasileira tenha ficado de fora da cobrança, o peso sobre os produtos mineiros é maior. O estudo aponta que o estado exportou, em 2024, aproximadamente US$4,6 bilhões para os Estados Unidos, e que a nova política tarifária pode reduzir significativamente essa receita, trazendo impactos não apenas para a indústria, mas também para famílias e serviços, em um efeito sistêmico.
Além da análise econômica, a reunião abordou questões trabalhistas relevantes para o setor. Carolina Monteiro, advogada trabalhista da FIEMG, apresentou pontos da Convenção Coletiva de Trabalho, reforçando a importância de orientar os empresários sobre práticas mais responsáveis. “Quando o empresário entende os riscos, ele pensa duas vezes antes de contratar. Isso não o impede, mas o ajuda a tomar decisões mais assertivas e responsáveis”, afirmou.
Fernanda Borges
Imprensa FIEMG