Em reunião nesta quarta-feira (8/05), na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), em Belo Horizonte, o Fórum Estadual Emprego e Renda retomou o debate sobre importantes temas para o desenvolvimento do país e do setor produtivo.
O encontro foi aberto pelo presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, que também é presidente do Fórum. “O objetivo desse Fórum é intensificar o diálogo, trazer iniciativas apoiadas por ambos os lados e promover o desenvolvimento da indústria para que juntos possamos fazer a diferença”, destacou.
Em seguida, foi realizada a eleição de Andreia Diniz, presidente da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), como nova copresidente do colegiado, que reúne representantes dos trabalhadores, das empresas e do governo. Ela assume o cargo no lugar de Marco Antônio de Jesus, por um mandato de um ano.
Na sequência, o economista Diogo Santos apresentou uma nota técnica elaborada pela Fitmetal e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) sobre o programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado no início deste ano pelo governo federal. “Olhando para o futuro não há outro caminho de desenvolvimento para o Brasil que não passe necessariamente pela modernização e transformação da nossa estrutura produtiva, e no coração dela está a indústria”, disse.
Santos apresentou o cenário macroeconômico do país e seus impactos sobre a indústria nacional. Além disso, recuperou o histórico de políticas industriais apresentadas no Brasil nos últimos 20 anos e seus problemas. “Nós tivemos várias rodadas e tentativas de política industrial ao longo deste século. Nos primeiros governos do Lula, nós tivemos três edições de política industrial até o fim do governo da presidente Dilma [Rousseff]. E depois, três documentos dos governos [Michel] Temer e [Jair] Bolsonaro que também indicavam a intenção de fomentar o desenvolvimento industrial. No entanto, ao longo de todo esse período, a política industrial foi uma medida compensatória para a indústria em relação aos demais problemas que temos na economia. Digo isso porque a política industrial é uma parte do todo da economia, se o restante que está em volta da política industrial joga contra o desenvolvimento industrial, sobra para a política industrial uma pressão enorme para compensar o que as demais políticas causam de negativo para a indústria. Então, nós temos um problema macroeconômico sério desde os anos 1990, com os juros altíssimos, a questão da taxa de câmbio que sempre favoreceu importação de produtos e desfavorecia a produção interna e o regime fiscal que também travava a capacidade do Estado de induzir o crescimento e, nos últimos anos, não tivemos uma melhora desses parâmetros de funcionamento da economia”, disse.
No entanto, ele destacou a importância do NIB para o cenário atual do país, especialmente em um contexto de políticas industriais em vários países do mundo e falou sobre a necessidade que o tema ganhe o debate público junto à sociedade. “Esse não é um tema técnico e que se resolve no gabinete de um ministro. Esse é um tema que precisa ganhar a sociedade para avançar, assim como o mercado financeiro ganha a sociedade todos os dias com a agenda deles. Quem está lutando pela agenda da indústria na sociedade, pela agenda do desenvolvimento social? Somos nós. Nós temos a responsabilidade de encampar a dimensão da mobilização da sociedade em torno dessa agenda”, disse.
Após a apresentação do economista, o tema foi debatido entre os presentes. Em seguida, o economista-chefe da FIEMG, João Gabriel Pio, juntamente com o gerente de Meio Ambiente e Relações Institucionais da entidade, Thiago Rodrigues Cavalcanti, apresentaram o estudo realizado pela Federação sobre os impactos da realização da Stock Car em Belo Horizonte. Também apresentaram, juntamente com a gerente de Energia, Tânia Mara Santos, um estudo sobre a importância das hidrelétricas na matriz elétrica brasileira e no processo de transição energética.
Na reunião foi definido ainda que o próximo encontro do Fórum Estadual Emprego e Renda acontecerá em 26 de junho, no Centro de Inovação e Tecnologia do Senai, em Belo Horizonte.
Thaís Mota
Imprensa FIEMG