Alinhada aos recentes anúncios de investimentos históricos no setor cultural do país, especialmente a Lei Paulo Gustavo e seus R$ 3,8 bilhões destinados à cultura brasileira, a Escola SENAI do Audiovisual se antecipou para formar mão de obra qualificada e atender esse mercado em intenso crescimento. De olho na expansão do audiovisual mineiro, as duas unidades da Escola SENAI do Audiovisual, uma em Belo Horizonte e outra em Cataguases, têm ofertado cursos que unem a tradição do audiovisual às suas novas linguagens, incluindo projetos de formação em direção, iluminação e trilha sonora, voltados ao cinema e à publicidade, e também aulas desenvolvidas a partir de estéticas digitais contemporâneas, como o video mapping, técnica de projeções de luzes e animações ajustadas sobre grandes construções, bastante requisitada no meio artístico.
“É com satisfação que neste ano fizemos o lançamento da Escola SENAI do Audiovisual, que está sendo realizada através de palestras e cursos, fomentando o desenvolvimento em Minas Gerais”, diz Fabíola Ferreira, coordenadora de comunicação do Grupo J. Mendes, um dos patrocinadores da Escola SENAI do Audiovisual.
As aulas acontecem desde junho na sede de Belo Horizonte, e desde julho na unidade de Cataguases, duas cidades consideradas polos do audiovisual em Minas Gerais. Com apoio do Ministério da Cultura, a Escola oferece formação profissional certificada, contemplando as diferentes frentes da cadeia audiovisual, incluindo suas novas linguagens relacionadas às redes sociais e aos games, por exemplo. A aposta é qualificar principalmente jovens para abastecer um mercado multifacetado e com demandas cada vez mais específicas, seja nas produções de filmes, vídeos publicitários, conteúdo para redes sociais e projetos artísticos como shows, programas de TV e peças de teatro, que têm recorrido a sofisticadas técnicas de arte digital, como explica a gerente de cultura do SESIMINAS, Karla Bittar.
“As inscrições esgotaram praticamente em 48 horas após o lançamento do projeto. Uma grande alegria e surpresa. Então, é sinal de que estamos no caminho certo. Os cursos que oferecemos foram programados exatamente para as áreas de maior demanda por profissionais, exatamente pensando na absorção desta mão de obra qualificada”, diz Karla.
Ao todo, cerca de 360 jovens estão em processo de formação nas primeiras turmas dos cursos, em Belo Horizonte e Cataguases. E boa parte dos alunos já aguarda a entrada no mercado de trabalho, após a finalização das aulas, entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2024. Em Cataguases, essa realidade já começou. O gerente do SENAI em Cataguases, Cláudio Rutz, diz que a cidade da Zona da Mata está focada em formar jovens voltados para o mercado da cidade, que tem forte vocação para a animação.
“Alguns alunos já trabalhavam com produtoras locais e conseguiram aplicar os conhecimentos adquiridos na realização dos seus trabalhos. Estamos com a turma de ‘Animação – Stop Motion’ em andamento e está sendo muito elogiada pelos alunos. Como Cataguases está se especializando no segmento de animação, com algumas produções importantes já em andamento, esses cursos focados em uma necessidade especifica do segmento vêm contribuir muito na formação dos profissionais, garantindo uma abertura de mercado importante para esses alunos”, justifica Cláudio.
O parceiro da Escola SENAI do Audiovisual, cineasta Helder Quiroga, avalia que o modelo da Escola favorece a qualificação de profissionais que o mercado vai demandar a partir dos investimentos recentes em políticas culturais por todo o país, além de valorizar uma formação antenada à contemporaneidade e alinhada às novas experimentações de linguagens do audiovisual, com a participação de professores referência em suas áreas de ensino.
“Vamos ter uma entrada grande de profissionais que estão buscando o aperfeiçoamento, a partir das novas políticas de fomento ao audiovisual no país, que vão propiciar o desenvolvimento de muitos novos projetos. Só para Minas, pela Lei Paulo Gustavo, foram anunciados algo em torno de 180 milhões, sendo pouco mais de R$ 71 milhões apenas para o audiovisual. Vamos precisar de jovens para atender a essa demanda. A Escola SENAI antecipa o processo de formação e oferece a oportunidade dos jovens se conectarem ao mercado durante as aulas, porque os professores são profissionais experientes que atuam no mercado audiovisual e são referência no que fazem”, diz Helder.
O sucesso do video mapping
No caso dos cursos de video mapping, um dos mais procurados, os primeiros alunos já têm tido um retorno do mercado de trabalho, a partir do contato com professores qualificados. É o caso de Igor Alves e Theo Lisboa, estudantes da Escola SENAI de Audiovisual e da UEMG. Eles participaram do projeto e foram premiados em um dos festivais mais importantes do Brasil, o Amazônia Mapping, ao realizar projeções na fachada da Igreja Nossa Senhora da Saúde, um prédio histórico, no centro de Alter do Chão, território localizado na cidade de Santarém, no Pará.
Os jovens tiveram contato com instrutores referência do video mapping no mundo, como os irmãos Rafael Cançado e Ricardo Cançado, criadores da Dark Light Studios, empresa sediada na Espanha, e responsável por alguns dos maiores projetos de video mapping do mundo. Os irmãos fizeram desde instalações na capital mineira, como os projetos “Luzes da Liberdade” e “300 anos de Minas Gerais”, iluminando a Praça e o Palácio da Liberdade; até criações de mapping em cartões-postais como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o Muro das Lamentações, em Jerusalém.
O instrutor de video mapping e VJ Ricardo Cançado explicou que os alunos aprenderam todo o processo metodológico para a criação de mappings, incluindo os softwares e as etapas criativas para desenvolver vídeos e animações. “O objetivo do curso de video mapping é passar aos alunos a metodologia dessa técnica audiovisual, ensinando três etapas usadas para produzir peças de video mapping. Primeiro, fazemos uma máscara, uma referência para produzir conteúdos. Depois, realizamos animações 2D e 3D. E, na terceira etapa, uma das mais legais, projetamos as luzes e animações no edifício ou na estrutura desejada e ajustamos os conteúdos criados às formas dessa estrutura. Os alunos estão muito motivados e estamos vendo o desenvolvimento de projetos interessantes”, diz Ricardo.
Outro nome de destaque da Escola SENAI do Audiovisual é Fabio Mourão Maciel, o VJ Notívago, especialista em manipulação de imagens e mapping. Desde 2018, ele é o responsável pela produção e operação dos painéis dos shows da cantora Anitta, tendo realizado programações visuais para artistas como Maria Bethânia, Marina Lima e Barão Vermelho. Em suas aulas, ele ensinou os caminhos e ferramentas básicas para ser um VJ, um profissional de perfil amplo, capaz de produzir vídeos artísticos e programações digitais de luzes e sons sincronizados. “Trabalhar hoje nas esferas do audiovisual é uma das maiores oportunidades que a gente tem porque a linguagem geral do mundo está se tornando audiovisual. Todo mundo tem que saber se comunicar através do audiovisual”, avalia o VJ.
O Projeto Escola SENAI do Audiovisual é realizado pelo SESI, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e tem o patrocínio da J.Mendes e SICOOB. Para saber mais, clique aqui.
Imprensa FIEMG