Na reunião desta quarta-feira (19/6), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, interrompendo o ciclo de redução da taxa de juros iniciado em agosto de 2023. A decisão foi justificada pela alta das expectativas inflacionárias e pelas crescentes preocupações com o equilíbrio das contas públicas. Externamente, a recente desvalorização do real foi um fator considerado.
Contudo, de acordo com o boletim Focus de 14 de junho, divulgado pelo Banco Central, a estimativa de inflação para 2024 é de 3,96% dentro do intervalo da meta estipulada pelo Copom e inferior ao valor do IPCA acumulado de 2023 (4,62%). A interrupção dos cortes da Selic é motivo de preocupação, pois a política monetária ainda se apresenta restritiva, o que desencoraja investimentos e afeta negativamente a capacidade produtiva do país.
Os resultados dessa política contracionista já são sentidos na economia: a expectativa é de um crescimento econômico mais moderado em 2024 (2%) em relação a 2023 (2,9%). Além disso, a indústria, segmento importante para a geração de emprego e renda, vem sendo impactada duramente pelos juros em níveis elevados.
A FIEMG considera essencial uma taxa de juros mais baixa para promover o desenvolvimento econômico sustentável. A manutenção da Selic neste nível é insustentável e a redução dos juros é urgente e crucial para revitalizar o setor produtivo nacional. Portanto, a FIEMG destaca a necessidade de baixar a taxa de juros e continuará acompanhando as decisões do Copom, buscando um ambiente que favoreça o desenvolvimento econômico e social do país.