Belo Horizonte foi palco de um encontro histórico entre os dois maiores clubes do estado de Minas Gerais. Na última terça-feira, 1º de outubro, Rubens Menin, sócio majoritário do Atlético Mineiro, e Pedro Lourenço, principal acionista da SAF Cruzeiro, participaram de um painel no evento Imersão Indústria, no Minascentro, onde discutiram a administração esportiva e os desafios do futebol moderno.
O debate, intitulado “Bola na rede: gestão de negócios que vira jogo”, foi mediado por Rodrigo Carneiro, CEO da Rede 98, e destacou a importância de uma gestão empresarial eficiente para garantir a sustentabilidade dos clubes.
A união pelo futebol mineiro – Apesar da rivalidade intensa dentro das quatro linhas, ambos os empresários concordaram que fora de campo, a cooperação é essencial para fortalecer o futebol mineiro. “A rivalidade existe e sempre vai existir, mas, fora do campo, precisamos nos unir para defender Minas Gerais no cenário nacional”, afirmou Pedro Lourenço, mais conhecido como Pedrinho do Cruzeiro. “Não vamos permitir que Rio e São Paulo tirem Minas do mapa do futebol”, acrescentou.
Pedrinho, que trouxe sua experiência do setor supermercadista para o comando do Cruzeiro, ressaltou que sua gestão é baseada na eficiência e no corte de custos. “Minha missão é cuidar das finanças e tomar decisões que beneficiem o time. Gerir um clube de futebol é muito diferente de administrar supermercados, pois a pressão dos 12 milhões de torcedores é diária. São clientes ansiosos que esperam resultados imediatos, mas estou confiante de que estamos no caminho certo.”
A visão de Menin sobre o futuro do futebol – Rubens Menin também abordou a necessidade de uma gestão equilibrada entre razão e emoção. “O futebol faz parte da indústria do entretenimento, e precisamos tratá-lo como uma empresa. Cada decisão tem que ser ponderada, porque, se uma empresa tem prejuízo constante, ela quebra. O mesmo vale para o futebol”, afirmou, enfatizando que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foi fundamental para a recuperação financeira dos clubes. “Sem a SAF, tanto o Atlético quanto o Cruzeiro poderiam não existir mais”, disse.
Menin destacou ainda o papel do Brasil como um dos maiores formadores de talentos no futebol mundial, mas lamentou a dificuldade em reter os jogadores no país. “Estamos formando atletas para serem vendidos a times europeus. Precisamos criar um ambiente que favoreça a permanência desses talentos aqui, desde suporte nutricional até o psicológico, para que o Brasil volte a ser o maior palco do futebol mundial.”
O Imersão Indústria é realizado pela FIEMG, SESI e SENAI, com patrocínio máster da ArcelorMittal, Codemge, CNI e Vale; apoio máster do SEBRAE; patrocínio ouro da Herculano Mineração, Gerdau, Eletrobras, Schneider Eletric; patrocínio prata do Sicoob Credfiemg, Copasa, CBMM, Souza Cruz/BAT Brasil, USIMINAS e Nanum Nanotecnologia; e apoio do BDMG, Localiza, Bemisa, Sambatec, FAEMG e Fecomércio.
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Denise Lucas
Imprensa FIEMG